Há pessoas que imaginam, sentem, desejam e falam sempre o mal...

Vozes do Mal

Sons que invadem o ar frio...
Vozes frias sem emoção...
Gélidas causam calafrios...
E perturbam o coração...

Vozes na cabeça, imaginárias...
Imaginam o mal sem piedade...
Burburinhos que vem de luminárias...
Sussurram baixinho com crueldade...

Vozes que discutem para o mal...
Matam corpos, matam almas...
Criam um redomoinho que é fatal...
E sem compaixão, deixam traumas...

Vozes de conteúdo sepulcral...
Bocas que destilam venenos fatais...
Maldições, imprecações e tudo que é banal...
Proferidas com peçonhas mortais...

Vozes que parecem vir do além...
Mas são de seres tão reais...
Impiedosas, nada as detém...
Pois do mal desejam mais...

Imaginam o que não presta...
Sentem sempre o pior....
Materializam o que se detesta...
Vozes que fazem sentir dor...

Balbucios de psicopatas contentes...
Vazios de culpa e de dor...
Vozes cortantes e insistentes...
Contendo um som aterrador...

Vozes e línguas assim malignas...
Que inventam o que não existe...
Proferem palavras que não são dignas...
Sentem prazer em deixar triste...

Vozes que se erguem na escuridão...
De trevas e morte são revestidas...
Causando na alma a reclusão...
Muitas vezes, de bondade travestidas...

Vorazes sempre do que é mal...
Vozes, vozes, vozes vorazes...
Que tem na maldade seu ideal...
Por que no bem não te aprazes?

[Jorge Schemes]